sábado, 26 de maio de 2012

A lebre e a tartaruga


Quando era criança, ouvia muito a fábula da lebre e da tartaruga e, hoje em dia, ela me parece muito apropriada para aplicá-la a realidade a ser enfrentada por Náutico e Sport na Série A do campeonato brasileiro.

Segundo o conto infantil, o mamífero se gabava de ser o animal mais rápido da floresta, até encontrar-se com o réptil, que lhe desafiou em uma corrida. No dia seguinte, tendo a raposa como juíza, a disputa ia começar e, tão logo foi dada a largada, a lebre disparou na frente, mas a tartaruga não se abalou e continuou com seus passos lentos.

 Excessivamente confiante na vitória, a lebre parou para dar um cochilo antes de passar pela linha de chegada e a tartaruga, devagar, mas sem parar, passou pelo mamífero. Ao acordar, a lebre voltou a correr efusivamente, mas ao chegar à linha de chegada, viu que a tartaruga tinha vencido a corrida e deste dia em diante a lebre virou uma piada em toda a floresta.

Os times pernambucanos são como a tartaruga e devem, em passos lentos, porém constantes, tentar, sem desistir, galgar uma posição por vez para fazer uma boa campanha na disputa da primeira divisão. Não há como a dupla da Veneza Brasileira disputar em pé de igualdade com as equipes mais abastadas do Sul do País.

Para se fazer uma boa campanha do torneio nacional é fundamental saber que a briga será da décima segunda posição para baixo; o que vier acima disso é lucro. A vaga na Sul americana é o “título” a ser disputado por Timbu e Leão. Não adianta acreditar que os pernambucanos, cujos investimentos são de três a quatro vezes menores que as principais equipes do torneio, tem condições técnicas e financeiras para disputar de maneira igualitária com os esquadrões do eixo Sul/Sudeste do País.

Pernambucanos terão trabalho no Brasileiro
Esse reconhecimento de “pequenice” pode ser a maior arma das duas equipes, pois reconhecendo essa questão poderá se portar como tal, sem medo de ser feliz. A postura dos dois times frente a Flamengo e Figueirense já foi muito diferente da vista em todo o campeonato pernambucano, com uma pegada, uma vontade até então não vista. Reforços precisam vir para qualificar o elenco e poder, efetivamente, dar uma chance aos dois de não apenas lutar para não ser rebaixado.

O campeonato brasileiro para Sport e Náutico é contra Ponte Preta, Portuguesa, Atlético-GO, Bahia, Coritiba, Figueirense e algum grande que entre em crise e/ou não “se encontre” em campo, como foram Cruzeiro e Atlético-MG na temporada passada e nesta corrida o fator casa é tão importante quanto um time competitivo. Conhecer e saber usar sua “selva” vai ajudar, e muito, não só contra os adversários diretos quanto pode ajudar passar por alguma lebre dorminhoca.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Vice de novo!


O Sport é vice campeão estadual pelo segundo ano consecutivo e perdendo pela segunda vez seguida para o Santa Cruz. Não bastou sair derrotado, mas tinha que acontecer em plena Ilha do Retiro no dia do aniversário do rubro negro pernambucano, para um rival que se encontra na terceira divisão nacional. Não fosse o tricolor um grande rival histórico poderia se considerar a partida de ontem uma inesquecível humilhação pública.

O jogo, ao contrário do que muitos esperavam, foi muito bem disputado, com um nível técnico muito melhor que os jogos das semifinais, como também o primeiro duelo da decisão. O Leão não entrou com a pegada que a torcida está habituada a ver e deixou muitos espaços para o Santa trabalhar a bola. A tática do técnico, agora ex, de mandar a bola para Marcelinho PB, para que o camisa 10 resolva tudo não deu certo, muito por conta de o meia estar em uma linha descendente.

Não se pode exigir de um atleta de 37 anos que ele tenha o fôlego, a disposição e, mais importante, a resistência e a recuperação física que os atletas mais jovens. Faltou inteligência do comandante para armar um esquema mais eficiente e não totalmente dependente do veterano jogador.  Um atleta diferenciado como ele precisa ser tratado de maneira especial, não no sentindo de tratamento pessoal, mas profissional, porque não há como manter o rendimento jogando quarta e domingo. O resultado é que o artilheiro rubro negro chegou “estourado” nas finais e o rendimento do time caiu junto com o do seu principal jogador.

O tricolor do Arruda não tinha nada com os problemas do Sport, foi muito eficiente e só precisou ganhar um em quatro clássicos entre os rivais para se consagrar bicampeão. O técnico Zé Teodoro armou a equipe um pouco diferente, com três atacantes e com uma estratégia fazer lançamentos de bolas cruzadas para surpreender a defesa do Sport, que joga em linha. Mazola não foi capaz de consertar este problema a tempo e Branquinho recebeu uma bola livre dentro da área e abriu o placar.

Dizer que a equipe leonina é muito ruim e que quase nada presta é um exagero e não confere, totalmente, com a realidade. A zaga se mostra segura e mesmo sem contar com Tóbi fez uma partida boa. Ela não mostra a segurança de outrora, mas não gera uma insegurança grande no torcedor. Moacir vem mostrando boa evolução, tanto que fez um gol ontem, e a lateral direita começa a deixar de ser um problema. Hamilton e Rivaldo, quando joga no meio, são muito bons e pouco deixam a desejar.

O calcanhar é do meio pra frente. O terceiro volante, Marcelinho e a dupla de ataque precisam ser repensados, assim como a lateral esquerda. Esses jogadores parecem não se entender, pois Marcelinho precisa de ágüem para tabelar, que raramente aparece, Jael nem faz o trabalho de pivô, tampouco é a referencia esperada dentro da área. Jheimy, apesar de esforçado, perde muitos gols que atacante não deve desperdiçar, como o de ontem frente a frente com Thiago Cardoso, quando ele mandou a bola por cima da meta.

Pela ala esquerda já passaram Renê, Marquinhos Gabriel, Rivaldo e Julinho e nenhum convenceu a torcida, a direção ou a comissão técnica. Esse é um problema grave a ser solucionado, pois com um esquema de três zagueiros e três volantes é fundamental ter laterais que saibam sair para jogar e cheguem bem à linha de fundo para alçar bolas na área adversária.

Não adianta jogar toda a culpa em Mazola. Pelos números, ele não fez um trabalho ruim, mas sua “boca nervosa” o atrapalhou mais que o ajudou. O Sport perdeu dentro de campo para uma equipe mais organizada taticamente e precisa com urgência de uma reformulação no elenco para o Brasileirão da Série 
A. Se não o fizer será um seriíssimo candidato a voltar à segunda divisão. A faxina começou pelo “professor”, cujo cargo foi entregue após a derrota de ontem. Agora, resta ao torcedor esperar pelo novo comandante e que ele consiga ajustar uma barca furada, que não pára de navegar, antes de um catastrófico naufrágio.

Basta ao torcedor rubro negro passar pela ressaca da derrota, agüentar as piadas e parabenizar o campeão pela conquista. A partir de segunda feira, o estadual já é um passado distante e o clube tem que pensar na estréia do campeonato brasileiro contra o Flamengo, na Ilha do Retiro, no próximo sábado. E que venha Ronaldinho e Cia, que o Leão estará com sede de vitória!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quem corre os males espanta


 Para ser bem sincero, eu nunca curti essa história de fazer caminhada, corrida e afins. Não que o este tipo não fosse bom ou estimulante, mas a disciplina para essa atividade era algo que eu realmente não tinha; sempre me pareceu algo longínquo de ser alcançado, até porque para poder, ao menos no início, me forçar a ir fazer o exercício eu preciso pagar, como se faz com as academias porque aí eu não vou querer jogar meu dinheiro no lixo.

Eis que uns primos meus resolveram entrar para um grupo de corrida e pouco depois de uma semana de treinos chegaram todo empolgados chamando minha noiva e eu para participar. Eu, pra ser sincero, me empolguei mais com o entusiasmo deles que com a atividade em si e topei ir conhecer. Raquel, minha noiva, não compartilhou de imediato, com meu entusiasmo, mas mesmo assim foi conhecer esse pessoal que tinha deixado meus primos tão para cima.

Não vou negar que o fato da equipe ter entre os seus professores Tio Nando ajudou e muito na decisão e após assistirmos uma aula completa de Binho e Deza resolvemos fazer uma tentativa de 1 mês para ver o que dava. Raquel nunca gostou muito de fazer esportes, até tentei levá-la para fazer musculação e ginástica, mas fracassei feio nesta tentativa e esse grupo, apesar de uma pequena relutância inicial, parecia ser uma coisa boa, não só pelo exercício, mas também pelas companhias.

Começamos bem devagar uma fase de adaptação para que não nos espantássemos com o trabalho da Run, nem tampouco nos machucássemos. Breno, professor que ficou mais responsável por nossa planilha de treinamentos, sempre ressaltou que a intensidade nas primeiras semanas não ultrapassaria 60% de nossa capacidade aeróbica (a qual eu não acreditava ter mais).

Falando por mim, com 120 kg e sem fazer um exercício que requeresse um bom preparo aeróbico fazia muito tempo, acreditava que demoraria uns 3 ou 4 meses para começar a correr; não só peso (já em escala de obesidade) e pela preservação das “juntas", mas principalmente pelo fôlego, que teimava em não me acompanhar nas subidas de escada e esforços esporádicos que fazia.

Quando falei com Tio Nando para saber que tipo de meta eu poderia traçar para os meus treinamentos, tendo em vista minha completa ignorância em corrida. Ele, de pronto, me disse que no segundo mês de treinamento eu já estaria começando os treinos intercalados, que misturam uma corrida leva com uma caminhada rápida; não disse nada, mas não acreditei muito, achei que não dava.

Além de agüentar (para meu espanto) 200 metros de trote com 400m de caminhada, os professores, em uma trama maquiavélica, arquitetaram uma surpresa para os alunos: dar uma volta e depois fazer uma série de exercícios específicos como marinheiro e abdominal. Saí destruído do treino, mas não penseis isso de forma negativa; a alma saiu lavada e a tal sensação de bem estar, que todos os praticam este esporte tanto falam, me invadiu e voltei para casa já pensando no próximo treino, ansioso para que chegue logo.

Estamos, Raquel e eu, na primeira semana do segundo mês, com 7 kg e 5,5kg a menos na balança, que foram repassados para a disposição de fazer as atividades diárias. Nunca tinha imaginado fazer parte de um grupo desse tipo e, muito menos, que iria gostar muito e me faria tão bem e, por isso, eu recomendo a todos; e adaptando um velho dito popular: “quem corre os males espanta!”.