Acabou a gozação! O Corinthians
conquistou a América. E não foi uma vitória qualquer, mas derrotando o temido e
poderoso Boca Juniors da Argentina. A campanha incontestável fez descer goela
abaixo, e a seco, todo o orgulho que todos os outros rivais paulistas tinham no
fato do alvinegro mosqueteiro ser “apenas” um gigante caseiro.
Alessandro levantou a taça mais deseajda das Américas |
Mas tudo começou em 2010 quando o
então presidente Andrés Sanchez contratou não um treinador, mas um comandante
agregador, que soube lidar com uma eliminação muito precoce contra o Tolima (VEN)
na fase pré-grupo da Libertadores em 2011. Para falar a verdade, foi um mérito
geral: da presidência que não demitiu o técnico, apesar da pressão e de muita
especulação, dos jogadores que “fecharam” com Tite e do próprio para com todos
que confiaram em um trabalho mais a longo prazo.
O Gaúcho de voz serena fez os
atletas entenderem que o mérito por suas atuações em campo, como sua atitude
fora dele, seria fundamental para estarem entre os 11 guerreiros que
defenderiam na prática a camisa corintiana. O alto investimento em atletas como
Alex, Danilo e Liedson valeu a pena e o Timão conquistou não só a Série A em
2011, mas o direito de voltar à maior competição do continente em 2012.
Muitos especialistas apontavam o
Santos, comandado por Muricy Ramalho e puxado pelas estrelas Neymar e Ganso
como o maior candidato ao troféu da Libertadores 2012. A Universidad de Chile,
que apresentou a Copa Sul americana 2011 um futebol de encher os olhos e o Boca
como as grandes forças estrangeiras.
Para o Corinthians sobrava a
obsessão por um título que teimava escapar. E como para o bando de loucos
qualquer sofrimento é pouco, não faltaram eliminações trágicas como para o
próprio Tolima no ano anterior, como para o River Plate em 2006, que culminou
na saída de Carlos Tevez do Parque são Jorge.
O desempenho do time nunca foi
sensacional como fora o Santos em 2011. Jogos sempre duros, complicados sendo
vencidos, na maior parte das vezes por placares com diferença de 1 gol apenas.
Mas se assim não fosse não seria Corinthians.
O alvinegro passou por
Nacional(PAR), Deportivo Táchira(VEM), Emelec(QUE), Cruz Azul(MEX), Vasco e
Santos antes de os xeneizes de Buenos Aires. Os dois brasileiros não eram times
quaisquer; o primeiro brigou ponto a ponto com o próprio Corinthians pelo
título nacional e o segundo era o atual campeão da América.
O curioso é não há um grande
craque sequer em todo o time. A força do conjunto tem sido muito maior que
qualquer estrela intergaláctica. A dupla Ralf e Paulinho é de um entrosamento e
de um autoconhecimento que beira o absurdo. Sozinhos nunca foram badalados;
aliás, sequer tiveram alguma relevância que merecesse destaque. Jorge Henrique
é um operário de suma importância para o ataque, que não possui homem de
referência.
Cássio entrou no meio da competição
e fez o torcedor lembrar-se de paredões como Ronaldo e Dida. A segurança de um
arqueiro com cara de Hermano deu mais
tranquilidade a todo o setor defensivo cujas raras falhas não chegam a
comprometer.
De um clube puramente populista a
um gigante da América, a trajetória em ascensão do Corinthians deu seu passo
inicial quando o time caiu para a segunda divisão e todo o processo passou a
ser reformulado. A mudança de mentalidade mostrou que a continuidade, desde
Mano Menezes, que só saiu para treinar a seleção, é uma chave fundamental para
o sucesso de um clube que não se sabe até onde pode chegar. Vai Corinthians!