sábado, 7 de julho de 2012

O campeão dos campeões

Acabou a gozação! O Corinthians conquistou a América. E não foi uma vitória qualquer, mas derrotando o temido e poderoso Boca Juniors da Argentina. A campanha incontestável fez descer goela abaixo, e a seco, todo o orgulho que todos os outros rivais paulistas tinham no fato do alvinegro mosqueteiro ser “apenas” um gigante caseiro.


Alessandro levantou a taça mais deseajda das Américas
Mas tudo começou em 2010 quando o então presidente Andrés Sanchez contratou não um treinador, mas um comandante agregador, que soube lidar com uma eliminação muito precoce contra o Tolima (VEN) na fase pré-grupo da Libertadores em 2011. Para falar a verdade, foi um mérito geral: da presidência que não demitiu o técnico, apesar da pressão e de muita especulação, dos jogadores que “fecharam” com Tite e do próprio para com todos que confiaram em um trabalho mais a longo prazo.

O Gaúcho de voz serena fez os atletas entenderem que o mérito por suas atuações em campo, como sua atitude fora dele, seria fundamental para estarem entre os 11 guerreiros que defenderiam na prática a camisa corintiana. O alto investimento em atletas como Alex, Danilo e Liedson valeu a pena e o Timão conquistou não só a Série A em 2011, mas o direito de voltar à maior competição do continente em 2012.

Muitos especialistas apontavam o Santos, comandado por Muricy Ramalho e puxado pelas estrelas Neymar e Ganso como o maior candidato ao troféu da Libertadores 2012. A Universidad de Chile, que apresentou a Copa Sul americana 2011 um futebol de encher os olhos e o Boca como as grandes forças estrangeiras.

Para o Corinthians sobrava a obsessão por um título que teimava escapar. E como para o bando de loucos qualquer sofrimento é pouco, não faltaram eliminações trágicas como para o próprio Tolima no ano anterior, como para o River Plate em 2006, que culminou na saída de Carlos Tevez do Parque são Jorge.

O desempenho do time nunca foi sensacional como fora o Santos em 2011. Jogos sempre duros, complicados sendo vencidos, na maior parte das vezes por placares com diferença de 1 gol apenas. Mas se assim não fosse não seria Corinthians.

O alvinegro passou por Nacional(PAR), Deportivo Táchira(VEM), Emelec(QUE), Cruz Azul(MEX), Vasco e Santos antes de os xeneizes de Buenos Aires. Os dois brasileiros não eram times quaisquer; o primeiro brigou ponto a ponto com o próprio Corinthians pelo título nacional e o segundo era o atual campeão da América.

O curioso é não há um grande craque sequer em todo o time. A força do conjunto tem sido muito maior que qualquer estrela intergaláctica. A dupla Ralf e Paulinho é de um entrosamento e de um autoconhecimento que beira o absurdo. Sozinhos nunca foram badalados; aliás, sequer tiveram alguma relevância que merecesse destaque. Jorge Henrique é um operário de suma importância para o ataque, que não possui homem de referência.

Cássio entrou no meio da competição e fez o torcedor lembrar-se de paredões como Ronaldo e Dida. A segurança de um arqueiro com cara de Hermano deu mais tranquilidade a todo o setor defensivo cujas raras falhas não chegam a comprometer.

De um clube puramente populista a um gigante da América, a trajetória em ascensão do Corinthians deu seu passo inicial quando o time caiu para a segunda divisão e todo o processo passou a ser reformulado. A mudança de mentalidade mostrou que a continuidade, desde Mano Menezes, que só saiu para treinar a seleção, é uma chave fundamental para o sucesso de um clube que não se sabe até onde pode chegar. Vai Corinthians!