segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Amarelo riqueza ou medo?

O amarelo da nossa bandeira representa o ouro e a riqueza da nossa terra. Ouro esse que quase não há mais, depois de décadas de exploração extenuante. A riqueza abundante não só em recursos naturais, como também culturais, é um dos maiores orgulhos do povo tupiniquim.

Não obstante, esse mesmo amarelo veste, frequentemente, nossos atletas mundo afora e parece condizer mais com as, não raras, “amareladas” que eles dão em momentos cruciais.  Não se pode, obviamente, pegar um pessoal, cuja dedicação é muito grande a despeito da falta de estrutura e apoio para treinamento físico e mental, colocar na cruz e crucificar porque seu desempenho não foi condizente com sua grandeza.

Não se vai dizer que o desempenho de Diego Hypólito,  César Cielo e Fabiana Murer não foi decepcionante, porque, de fato foi, e muito. A grande questão é até quando vai se crucificar aqueles poucos que conseguiram atravessar as barreiras da falta de apoio e de um projeto sério de esportes olímpicos?

Ora, o Brasil até poderia ter conquistado mais medalhas, mas talvez fosse tudo aquilo que a politicagem poderia querer, não só por ser ano eleitoral, mas também pelo fato do Rio, desde já, ser a nova capital olímpica mundial.

A verdade é que os nossos cristos (talvez) sejam os menores culpados pelo fracasso em Londres. Por pouco não ficamos atrás das "nações" Bolt e Phelps, então não pode esperar que o talento apareça do nada e, a partir daí, se tome alguma atitude. Atletas são fabricados, não nascem em árvore; a China é uma prova disso (sem entrar no mérito do como isso é feito naterra de Mao). Há quanto tempo Robert Scheidt e Hugo Hoyama competem pelo Brasil? Quem está aí para sucedê-los e/ou substituí-los?

O boxe fez bonito, mas se em 2016 não ganhar nada, a saraivada de críticas não tardará a chegar. Não se vai olhar o que os fez chegar longe em Londres, se foi talento, sorte, boa preparação ou a junção disso tudo; o que se quer é resultado, mesmo que não haja uma preparação para tal.

Não se pode jogar para um ou dois atletas de um esporte o peso e a esperança de uma nação. A responsabilidade precisa ser dividida, até para que os melhores possam se sobressair. A maior decepção não foram as amareladas dos nossos atletas, que também tem uma parcela boa de culpa, mas de dirigentes, torcedores e “experts”, que os fritaram  sem dó nem piedade.

As redes sociais andam cheias de “enquetes” perguntando quem foi a maior decepção das Olimpíadas de Londres 2012. Decepcionanteé a atitude do brasileiro, que raras vezes, aplaude a derrota. Talvez, uma prata não signifique ser o primeiro dos últimos, mas o primeiro dos demais, ou alguém acretida, por exemplo, que se poderia realmente vencer Usain Bolt?