sábado, 16 de junho de 2012

Menos do mesmo


Foi-se a época em que pararia tudo o que estava fazendo para assistir a uma apresentação da seleção brasileira de futebol, fosse amistoso ou jogo oficial por alguma competição. Mas há algum tempo não existe vontade ou motivação para ficar em frente à TV e ver um time normalmente apático, cuja maior velocidade é um trote leve.

Jô: dispensado do Inter-RS após dar festa de arromba
Nossas estrelas de classe mundial já não existem mais; o primeiro escalão do futebol não é hoje um lugar cativo para o atleta brasileiro, salvo alguma exceção que me foge à memória. Não é à toa que, nos últimos 6 anos, 3 argentinos (Tevez, Conca e Montillo) foram eleitos o craque do campeonato brasileiro e um uruguaio jogando por um time do Nordeste (Acosta) foi a sensação.

Kaká, Ronaldinho e Adriano não são nem lembrança do que foram em tempos de outrora. Neymar joga muito, mas ainda tem muita escada para subir antes de se dizer o que ele é ou onde pode chegar. Ganso, Lucas e Oscar ainda são muito ofuscados pela estrela santista, mas parecem trilhar por um caminho de muito sucesso; talento eles tem de sobra, falta pularem algumas “fogueiras”.

A canarinha já não mete medo em ninguém. O capitão Thiago Silva afirmou na última semana que seus companheiros de Milan disseram-no que a esquadra brasileira já não era mais a mesma. E essa é a mais pura verdade. Os nossos astros parecem mais preocupados em se promover que defender a seleção.

É bem verdade que não se trata da seleção brasileira, mas sim da seleção da CBF e só isso para justificar as últimas convocações de Ronaldinho Gaúcho. Ele já jogou muito, no entanto sua falta de interesse pelo futebol profissional de alto rendimento o afastaria por completo do manto amarelo não fossem os interesses econômicos.

Ninguém é inocente em achar que estão lá jogando (ou apenas em campo) por serem apenas os melhores; há muitos outros interesses em jogo, mas isso ocorre com todas as principais seleções do mundo e não é só com a brasileira.

Esse desgaste entre a canarinha e a torcida me fez preferir assistir, no último domingo, ao jogo de vôlei entre Brasil e Polônia, ao invés da partida entre a turma de Mano Menezes contra o México.

Bernardinho: disciplina e qualidade lado a lado
É bem verdade que perdemos nas duas frentes, mas só de ver a gana e o comprometimento dos que jogam com as mãos, e porventura com os pés, é muito mais gratificante que um amistoso de futebol. Bernardinho é um treinador cujo exemplo deveria ser seguido pelos técnicos dos boleiros.

Tudo na vida é feito com base em escolhas que se faz pelo caminho e os jogadores de futebol parecem mais vislumbrados com o glamour da vida de celebridades e esquecem, muitas vezes, do mais básico; atleta profissional não é um rock star e não pode viver em festas e jantares.

Enquanto o vôlei não é infestado de forma viral pelo capitalismo selvagem ainda é possível ver as reais emoções de atletas de nível mundial tanto por suas glórias e derrotas. A preocupação principal está dentro das linhas e não nos benefícios financeiros que podem vir a chegar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário