Foi-se a época em que pararia
tudo o que estava fazendo para assistir a uma apresentação da seleção
brasileira de futebol, fosse amistoso ou jogo oficial por alguma competição.
Mas há algum tempo não existe vontade ou motivação para ficar em frente à TV e ver
um time normalmente apático, cuja maior velocidade é um trote leve.
Jô: dispensado do Inter-RS após dar festa de arromba |
Nossas estrelas de classe mundial
já não existem mais; o primeiro escalão do futebol não é hoje um lugar cativo
para o atleta brasileiro, salvo alguma exceção que me foge à memória. Não é à
toa que, nos últimos 6 anos, 3 argentinos (Tevez, Conca e Montillo) foram
eleitos o craque do campeonato brasileiro e um uruguaio jogando por um time do
Nordeste (Acosta) foi a sensação.
Kaká, Ronaldinho e Adriano não
são nem lembrança do que foram em tempos de outrora. Neymar joga muito, mas
ainda tem muita escada para subir antes de se dizer o que ele é ou onde pode
chegar. Ganso, Lucas e Oscar ainda são muito ofuscados pela estrela santista,
mas parecem trilhar por um caminho de muito sucesso; talento eles tem de sobra,
falta pularem algumas “fogueiras”.
A canarinha já não mete medo em
ninguém. O capitão Thiago Silva afirmou na última semana que seus companheiros
de Milan disseram-no que a esquadra brasileira já não era mais a mesma. E essa
é a mais pura verdade. Os nossos astros parecem mais preocupados em se promover
que defender a seleção.
É bem verdade que não se trata da
seleção brasileira, mas sim da seleção da CBF e só isso para justificar as
últimas convocações de Ronaldinho Gaúcho. Ele já jogou muito, no entanto sua
falta de interesse pelo futebol profissional de alto rendimento o afastaria por
completo do manto amarelo não fossem os interesses econômicos.
Ninguém é inocente em achar que
estão lá jogando (ou apenas em campo) por serem apenas os melhores; há muitos
outros interesses em jogo, mas isso ocorre com todas as principais seleções do
mundo e não é só com a brasileira.
Esse desgaste entre a canarinha e
a torcida me fez preferir assistir, no último domingo, ao jogo de vôlei entre
Brasil e Polônia, ao invés da partida entre a turma de Mano Menezes contra o
México.
Bernardinho: disciplina e qualidade lado a lado |
É bem verdade que perdemos nas
duas frentes, mas só de ver a gana e o comprometimento dos que jogam com as
mãos, e porventura com os pés, é muito mais gratificante que um amistoso de
futebol. Bernardinho é um treinador cujo exemplo deveria ser seguido pelos
técnicos dos boleiros.
Tudo na vida é feito com base em
escolhas que se faz pelo caminho e os jogadores de futebol parecem mais vislumbrados
com o glamour da vida de celebridades e esquecem, muitas vezes, do mais básico;
atleta profissional não é um rock star e não pode viver em festas e jantares.
Enquanto o vôlei não é infestado
de forma viral pelo capitalismo selvagem ainda é possível ver as reais emoções
de atletas de nível mundial tanto por suas glórias e derrotas. A preocupação
principal está dentro das linhas e não nos benefícios financeiros que podem vir
a chegar.
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