quarta-feira, 14 de setembro de 2011

1000 vezes Rogério

Rogério Ceni é o maior goleiro que o Brasil já viu. O País de Manga, Felix e Taffarel nunca teve um representante da camisa 1 tão significativo para o esporte bretão como ele. Sua importância ultrapassa e muito os muros do CT da Barra Funda, assim como do estádio do Morumbi, do São Paulo Futebol Clube, sua casa há mais de 20 anos. O arqueiro é apenas o terceiro boleiro brasileiro a vestir o manto de um mesmo clube por mais de 1000 vezes. Antes dele só Pelé, pelo Santos, e Roberto Dinamite, pelo Vasco.

O feito de Ceni pode ser considerado maior que o do seus antecessores, pois ele vive em uma época de pura mídia, onde jogador vive muito de imagem e está sempre a procura de um contrato melhor não importa onde. O goleiro passou incólume por essa praga e só protegeu as traves da seleção brasileira em algumas poucas ocasiões ( foi campeão na Copa de 2002), além das do tricolor paulista. Além do impressionante número de jogos pelo SPFC, Rogério fez 103 gols, o que torna sua façanha quase tão impressionante quanto a de Pelé que marcou mais de 1000 gols na carreira, tendo em vista que a função daquele, ao contrário da deste último é a de evitar que os gols aconteçam e não fazê-los. 

Muito se fala sobre grande influência dentro do clube, que ele dá palpites em escalações. Recentemente bancou a contratação do veterano Rivaldo, de 39 anos, mostrando já uma veia de gerente de futebol. A verdade é que jogadores que atingem esse tipo de status, como Raul nos seus tempos de Real Madrid, Steven Gerrard no Liverpool e Gatuso no Milan, por exemplo, tem uma participação muito ativa frente ao grupo de jogadores, maior que a influencia da maioria dos técnicos. Eles tem a vantagem de saberem com maior exatidão o que se passa na cabeça do jogador profissional e tem uma proximidade maior que a do “professor”.

Gostem do seu jeito de ser ou não, o fato é que Rogério Ceni tem que ser referenciado por seu profissionalismo e amor à camisa, tão ausente nos dias de hoje.  Acredito que a grande maioria das pessoas preferiria um atleta como ele a ter “craques” como Adriano e Carlos Alberto. Pode-se não concordar com suas atitudes, postura perante muitas situações como também de suas opiniões, mas o fato é que dentro da nova realidade do futebol onde o que importa mais são os contratos milionários e a divulgação da imagem, ter-se o privilégio de acompanhar a carreira de um profissional da bola na sua mais pura essência é extremamente gratificante.

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