Para ser bem sincero, eu nunca
curti essa história de fazer caminhada, corrida e afins. Não que o este tipo não
fosse bom ou estimulante, mas a disciplina para essa atividade era algo que eu
realmente não tinha; sempre me pareceu algo longínquo de ser alcançado, até porque
para poder, ao menos no início, me forçar a ir fazer o exercício eu preciso
pagar, como se faz com as academias porque aí eu não vou querer jogar meu
dinheiro no lixo.
Eis que uns primos meus
resolveram entrar para um grupo de corrida e pouco depois de uma semana de
treinos chegaram todo empolgados chamando minha noiva e eu para participar. Eu,
pra ser sincero, me empolguei mais com o entusiasmo deles que com a atividade
em si e topei ir conhecer. Raquel, minha noiva, não compartilhou de imediato,
com meu entusiasmo, mas mesmo assim foi conhecer esse pessoal que tinha deixado
meus primos tão para cima.
Não vou negar que o fato da
equipe ter entre os seus professores Tio Nando ajudou e muito na decisão e após
assistirmos uma aula completa de Binho e Deza resolvemos fazer uma tentativa de
1 mês para ver o que dava. Raquel nunca gostou muito de fazer esportes, até
tentei levá-la para fazer musculação e ginástica, mas fracassei feio nesta
tentativa e esse grupo, apesar de uma pequena relutância inicial, parecia ser
uma coisa boa, não só pelo exercício, mas também pelas companhias.
Começamos bem devagar uma fase de
adaptação para que não nos espantássemos com o trabalho da Run, nem tampouco nos machucássemos. Breno, professor que ficou
mais responsável por nossa planilha de treinamentos, sempre ressaltou que a
intensidade nas primeiras semanas não ultrapassaria 60% de nossa capacidade aeróbica
(a qual eu não acreditava ter mais).
Falando por mim, com 120 kg e sem
fazer um exercício que requeresse um bom preparo aeróbico fazia muito tempo,
acreditava que demoraria uns 3 ou 4 meses para começar a correr; não só peso
(já em escala de obesidade) e pela preservação das “juntas", mas principalmente
pelo fôlego, que teimava em não me acompanhar nas subidas de escada e esforços
esporádicos que fazia.
Quando falei com Tio Nando para
saber que tipo de meta eu poderia traçar para os meus treinamentos, tendo em
vista minha completa ignorância em corrida. Ele, de pronto, me disse que no
segundo mês de treinamento eu já estaria começando os treinos intercalados, que
misturam uma corrida leva com uma caminhada rápida; não disse nada, mas não acreditei
muito, achei que não dava.
Além de agüentar (para meu
espanto) 200 metros de trote com 400m de caminhada, os professores, em uma
trama maquiavélica, arquitetaram uma surpresa para os alunos: dar uma volta e
depois fazer uma série de exercícios específicos como marinheiro e abdominal. Saí
destruído do treino, mas não penseis isso de forma negativa; a alma saiu lavada
e a tal sensação de bem estar, que todos os praticam este esporte tanto falam,
me invadiu e voltei para casa já pensando no próximo treino, ansioso para que
chegue logo.
Estamos, Raquel e eu, na primeira
semana do segundo mês, com 7 kg e 5,5kg a menos na balança, que foram
repassados para a disposição de fazer as atividades diárias. Nunca tinha
imaginado fazer parte de um grupo desse tipo e, muito menos, que iria gostar
muito e me faria tão bem e, por isso, eu recomendo a todos; e adaptando um
velho dito popular: “quem corre os males espanta!”.
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