quinta-feira, 10 de maio de 2012

Quem corre os males espanta


 Para ser bem sincero, eu nunca curti essa história de fazer caminhada, corrida e afins. Não que o este tipo não fosse bom ou estimulante, mas a disciplina para essa atividade era algo que eu realmente não tinha; sempre me pareceu algo longínquo de ser alcançado, até porque para poder, ao menos no início, me forçar a ir fazer o exercício eu preciso pagar, como se faz com as academias porque aí eu não vou querer jogar meu dinheiro no lixo.

Eis que uns primos meus resolveram entrar para um grupo de corrida e pouco depois de uma semana de treinos chegaram todo empolgados chamando minha noiva e eu para participar. Eu, pra ser sincero, me empolguei mais com o entusiasmo deles que com a atividade em si e topei ir conhecer. Raquel, minha noiva, não compartilhou de imediato, com meu entusiasmo, mas mesmo assim foi conhecer esse pessoal que tinha deixado meus primos tão para cima.

Não vou negar que o fato da equipe ter entre os seus professores Tio Nando ajudou e muito na decisão e após assistirmos uma aula completa de Binho e Deza resolvemos fazer uma tentativa de 1 mês para ver o que dava. Raquel nunca gostou muito de fazer esportes, até tentei levá-la para fazer musculação e ginástica, mas fracassei feio nesta tentativa e esse grupo, apesar de uma pequena relutância inicial, parecia ser uma coisa boa, não só pelo exercício, mas também pelas companhias.

Começamos bem devagar uma fase de adaptação para que não nos espantássemos com o trabalho da Run, nem tampouco nos machucássemos. Breno, professor que ficou mais responsável por nossa planilha de treinamentos, sempre ressaltou que a intensidade nas primeiras semanas não ultrapassaria 60% de nossa capacidade aeróbica (a qual eu não acreditava ter mais).

Falando por mim, com 120 kg e sem fazer um exercício que requeresse um bom preparo aeróbico fazia muito tempo, acreditava que demoraria uns 3 ou 4 meses para começar a correr; não só peso (já em escala de obesidade) e pela preservação das “juntas", mas principalmente pelo fôlego, que teimava em não me acompanhar nas subidas de escada e esforços esporádicos que fazia.

Quando falei com Tio Nando para saber que tipo de meta eu poderia traçar para os meus treinamentos, tendo em vista minha completa ignorância em corrida. Ele, de pronto, me disse que no segundo mês de treinamento eu já estaria começando os treinos intercalados, que misturam uma corrida leva com uma caminhada rápida; não disse nada, mas não acreditei muito, achei que não dava.

Além de agüentar (para meu espanto) 200 metros de trote com 400m de caminhada, os professores, em uma trama maquiavélica, arquitetaram uma surpresa para os alunos: dar uma volta e depois fazer uma série de exercícios específicos como marinheiro e abdominal. Saí destruído do treino, mas não penseis isso de forma negativa; a alma saiu lavada e a tal sensação de bem estar, que todos os praticam este esporte tanto falam, me invadiu e voltei para casa já pensando no próximo treino, ansioso para que chegue logo.

Estamos, Raquel e eu, na primeira semana do segundo mês, com 7 kg e 5,5kg a menos na balança, que foram repassados para a disposição de fazer as atividades diárias. Nunca tinha imaginado fazer parte de um grupo desse tipo e, muito menos, que iria gostar muito e me faria tão bem e, por isso, eu recomendo a todos; e adaptando um velho dito popular: “quem corre os males espanta!”.

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