Quando era criança, ouvia muito a
fábula da lebre e da tartaruga e, hoje em dia, ela me parece muito apropriada
para aplicá-la a realidade a ser enfrentada por Náutico e Sport na Série A do
campeonato brasileiro.
Segundo o conto infantil, o mamífero se gabava
de ser o animal mais rápido da floresta, até encontrar-se com o réptil, que lhe
desafiou em uma corrida. No dia seguinte, tendo a raposa como juíza, a disputa
ia começar e, tão logo foi dada a largada, a lebre disparou na frente, mas a
tartaruga não se abalou e continuou com seus passos lentos.
Excessivamente confiante na
vitória, a lebre parou para dar um cochilo antes de passar pela linha de
chegada e a tartaruga, devagar, mas sem parar, passou pelo mamífero. Ao acordar,
a lebre voltou a correr efusivamente, mas ao chegar à linha de chegada, viu que
a tartaruga tinha vencido a corrida e deste dia em diante a lebre virou uma
piada em toda a floresta.
Os times pernambucanos são como a
tartaruga e devem, em passos lentos, porém constantes, tentar, sem desistir,
galgar uma posição por vez para fazer uma boa campanha na disputa da primeira
divisão. Não há como a dupla da Veneza Brasileira disputar em pé de igualdade
com as equipes mais abastadas do Sul do País.
Para se fazer uma boa campanha do
torneio nacional é fundamental saber que a briga será da décima segunda posição
para baixo; o que vier acima disso é lucro. A vaga na Sul americana é o
“título” a ser disputado por Timbu e Leão. Não adianta acreditar que os pernambucanos,
cujos investimentos são de três a quatro vezes menores que as principais
equipes do torneio, tem condições técnicas e financeiras para disputar de
maneira igualitária com os esquadrões do eixo Sul/Sudeste do País.
Pernambucanos terão trabalho no Brasileiro |
Esse reconhecimento de
“pequenice” pode ser a maior arma das duas equipes, pois reconhecendo essa
questão poderá se portar como tal, sem medo de ser feliz. A postura dos dois
times frente a Flamengo e Figueirense já foi muito diferente da vista em todo o
campeonato pernambucano, com uma pegada, uma vontade até então não vista. Reforços
precisam vir para qualificar o elenco e poder, efetivamente, dar uma chance aos
dois de não apenas lutar para não ser rebaixado.
O campeonato brasileiro para
Sport e Náutico é contra Ponte Preta, Portuguesa, Atlético-GO, Bahia, Coritiba,
Figueirense e algum grande que entre em crise e/ou não “se encontre” em campo,
como foram Cruzeiro e Atlético-MG na temporada passada e nesta corrida o fator
casa é tão importante quanto um time competitivo. Conhecer e saber usar sua
“selva” vai ajudar, e muito, não só contra os adversários diretos quanto pode
ajudar passar por alguma lebre dorminhoca.
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