Se eu fosse um pesquisador da
área esportiva ficaria rico (ao menos intelectualmente, eu espero) patenteando
e publicando sobre a Síndrome de Barrichello. Na verdade essa mazela assola
esportistas há muito tempo, mas o piloto brasileiro que dá nome a ela representa
de forma "exemplar" o atleta que poderia ter sido algo mais se não
fosse um contemporâneo genial.
O piloto brasileiro poderia até
ter sido campeão em 2002 e 2004, quando ainda corria pela Ferrari e ficou com o
vice campeonato, 29 pontos à frente de Jenson Button, então piloto da extinta
BAR. Barrichello perdeu, na verdade, durante 5 anos seguidos para Michael
Schumacher, o maior vencedor da história deste esporte a motor.
Não que Rubinho tenha um talento
especial e ele seja (ou tenha sido) genial; longe disso, mas o fato é
que ele
foi menos reconhecido do que poderia e virou até piada muito em fato de ter
vivido na sombra do super campeão alemão.
Outros grandes já padecera deste
mal. Ademir da Guia era um camisa 10 primoroso, mas O cara da época era um tal
de Pelé. Ademir foi maestro do Palmeiras, todavia seus voos não foram mais
altos devido ao rei. Quem tiraria sua majestade do seu trono?
Cristiano Ronaldo padece da mesma
maldição. Se não fosse a existência de Lionel Messi ele poderia até ter sido
melhor do mundo mais uma ou duas vezes, mas seu destino é viver à sombra do
argentino.
Eleito pela quarta vez o melhor
jogador de futebol do mundo, Messi não encontra ninguém que possa sequer
igualar os seus feitos. Ronaldo é um craque inquestionável acima de 99,99% dos
atletas em atividade, todavia ainda está um bocado abaixo de "La pulga".
Falar do argentino, criado desde
o inicio da adolescência em Barcelona, sem cair na mesmice é muito complicado.
Um craque com uma qualidade técnica invejável e que ainda tem 25 anos, diga-se
de passagem. É certo que a curva para o ápice dos atuais atletas de ponta no
futebol é os 26 anos é de se esperar que ele nos próximos anos seja menos
espetacular que neste, quando ele marcou "apenas" 91 gols.
Mesmo que ele caia, para perder o
posto que ocupa atualmente será necessária uma reviravolta grande, porque os
que estão atrás (e a distância não é pequena) tem que, no mínimo, manter o
mesmo nível. Todavia, observando o profissionalismo do barcelonista e sua
"secura" em entrar em campo e se dar ao máximo é difícil, por mais
voltas que dê o mundo da bola, ver um cenário diferente do atual.
Eu sinceramente tenha pena do
genial, narcisista e fanfarrão Cristiano Ronaldo. O cara também joga muita
bola. Se tirarem os telões do estádio acho que ele joga mais ainda, porque
perde menos tempo se admirando. Não me agrada jogador que faz muita firula, mas
é certo que o camisa 7 do Real Madrid é decisivo, principalmente em jogo que
não vale tanta coisa. Decidir não é o forte do cidadão; não que ele não decida,
até porque foi ele quem resolveu a Copa do Rei da Espanha em 2012.
Não obstante, perdeu um pênalti decisivo
pelo Real contra o Bayern que terminou tirando o time espanhol da Champions
League. Isso sem contar os inúmeros clássicos Barcelona x Real Madrid nos quais
ele simplesmente sumiu! Para ser o melhor do mundo tem aparecer é nessas horas.
Da mesma forma que só existe um
Michael Jordan no Basquete, um Anderson Silva para o UFC, não há espaço no
olimpo do futebol para dois. O trono é para um rei, que para o bem do futebol e
desgraça de alguns brasileiros e dos amantes de CR7, que atende pela alcunha de
Messi. O Ronaldo português só vai sentar em um trono nos próximos anos se
decidir virar rainha, se nacionalizar brasileiro para não desistir nunca ou
incorporar o espírito de Joseph Klimber.
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