quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Síndrome de Barrichello



Se eu fosse um pesquisador da área esportiva ficaria rico (ao menos intelectualmente, eu espero) patenteando e publicando sobre a Síndrome de Barrichello. Na verdade essa mazela assola esportistas há muito tempo, mas o piloto brasileiro que dá nome a ela representa de forma "exemplar" o atleta que poderia ter sido algo mais se não fosse um contemporâneo genial.

O piloto brasileiro poderia até ter sido campeão em 2002 e 2004, quando ainda corria pela Ferrari e ficou com o vice campeonato, 29 pontos à frente de Jenson Button, então piloto da extinta BAR. Barrichello perdeu, na verdade, durante 5 anos seguidos para Michael Schumacher, o maior vencedor da história deste esporte a motor.

Não que Rubinho tenha um talento especial e ele seja (ou tenha sido) genial; longe disso, mas o fato é
que ele foi menos reconhecido do que poderia e virou até piada muito em fato de ter vivido na sombra do super campeão alemão.

Outros grandes já padecera deste mal. Ademir da Guia era um camisa 10 primoroso, mas O cara da época era um tal de Pelé. Ademir foi maestro do Palmeiras, todavia seus voos não foram mais altos devido ao rei. Quem tiraria sua majestade do seu trono? 

Cristiano Ronaldo padece da mesma maldição. Se não fosse a existência de Lionel Messi ele poderia até ter sido melhor do mundo mais uma ou duas vezes, mas seu destino é viver à sombra do argentino. 

Eleito pela quarta vez o melhor jogador de futebol do mundo, Messi não encontra ninguém que possa sequer igualar os seus feitos. Ronaldo é um craque inquestionável acima de 99,99% dos atletas em atividade, todavia ainda está um bocado abaixo de "La pulga".

Falar do argentino, criado desde o inicio da adolescência em Barcelona, sem cair na mesmice é muito complicado. Um craque com uma qualidade técnica invejável e que ainda tem 25 anos, diga-se de passagem. É certo que a curva para o ápice dos atuais atletas de ponta no futebol é os 26 anos é de se esperar que ele nos próximos anos seja menos espetacular que neste, quando ele marcou "apenas" 91 gols.

Mesmo que ele caia, para perder o posto que ocupa atualmente será necessária uma reviravolta grande, porque os que estão atrás (e a distância não é pequena) tem que, no mínimo, manter o mesmo nível. Todavia, observando o profissionalismo do barcelonista e sua "secura" em entrar em campo e se dar ao máximo é difícil, por mais voltas que dê o mundo da bola, ver um cenário diferente do atual.

Eu sinceramente tenha pena do genial, narcisista e fanfarrão Cristiano Ronaldo. O cara também joga muita bola. Se tirarem os telões do estádio acho que ele joga mais ainda, porque perde menos tempo se admirando. Não me agrada jogador que faz muita firula, mas é certo que o camisa 7 do Real Madrid é decisivo, principalmente em jogo que não vale tanta coisa. Decidir não é o forte do cidadão; não que ele não decida, até porque foi ele quem resolveu a Copa do Rei da Espanha em 2012.

Não obstante, perdeu um pênalti decisivo pelo Real contra o Bayern que terminou tirando o time espanhol da Champions League. Isso sem contar os inúmeros clássicos Barcelona x Real Madrid nos quais ele simplesmente sumiu! Para ser o melhor do mundo tem aparecer é nessas horas.

Da mesma forma que só existe um Michael Jordan no Basquete, um Anderson Silva para o UFC, não há espaço no olimpo do futebol para dois. O trono é para um rei, que para o bem do futebol e desgraça de alguns brasileiros e dos amantes de CR7, que atende pela alcunha de Messi. O Ronaldo português só vai sentar em um trono nos próximos anos se decidir virar rainha, se nacionalizar brasileiro para não desistir nunca ou incorporar o espírito de Joseph Klimber.

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