Apesar da aparente boa campanha
na primeira fase do campeonato pernambucano o Náutico mostra claras evidências
que a distância entre a equipe atual e uma satisfatória está muito longe e não
há, em um curto prazo, maneira razoável de se resolver esse problema. O time
ainda é muito fraco, mesmo se comparado com o de 2011, cujo esqueleto serviu de
base para o atual, peças importantes saíram e não houve uma reposição a altura
e alguns remanescentes considerados importantes estão rendendo muito abaixo do
aceitável.
A defesa tem a sorte de contar
com o ótimo Gideão, pois os quatro atletas que deveriam garantir a solidez do
sistema defensivo parecem, em muitos momentos, perdidos em campo e a impressão,
às vezes, é a de quando houve algum treino dado o “bate cabeça” dos defensores.
Desde a contusão do competente Ronaldo Alves, Marlon não consegue uma atuação
convincente. O jogo contra o Sport na Ilha do Retiro é um bom exemplo da
“peneira” que a defesa alvirrubra se torna, quando levou 3 gols em cerca de 20
minutos.
Os laterais Marquinho e Jefferson
estão em um bom nível para o campeonato estadual, quando o Timbu enfrenta os
intermediários, e para servir de peça de reposição para a Série B, mas não para
a disputa da primeira divisão; melhor seria utilizar Philip, o qual já
demonstrou uma boa capacidade tática e técnica.
O meio de campo é o setor mais
forte do time: o ótimo volante Souza, além de marcar bem e saber sair bem para
o jogo é um exímio cobrador de faltas; uma poderosa arma da qual o time não
pode abrir mão. Derley é um jogador voluntarioso e com uma disposição de dar
inveja a muito treinador adversário e funciona não apenas como um terceiro
volante aparecendo como homem surpresa dentro da área para marcar gols. Dentro
da configuração da meia cancha, Lenon é aquele atleta que não compromete, mas
também não desequilibra, em minha opinião, uma ótima peça de reposição, mas não
um titular.
Muito da esperança do alvirrubro
de Rosa e Silva recai sobre Eduardo Ramos, o maior nome do elenco depois da
saída de Kieza, o meia tem um rendimento mediano, muito aquém do atleta que
disputou a Série B pelo mesmo Náutico. Disperso, parece desmotivado e
desinteressado e em algum lance raro mostra a sua verdadeira habilidade como no
jogo contra o América em Paulista quando acertou um lançamento de 30 metros
para Siloé. Fazendo uma má comparação, Eduardo me lembra o Ronaldinho: todos já
o viram jogar muito, sabem que ele pode render mais, ele também o sabe, mas
suas prioridades parecem outras quando está dentro das quatro linhas.
O ataque foi o setor que mais
perdeu em 2012; não só o artilheiro e ídolo Kieza se foi para jogar no futebol
internacional, como seu companheiro Rogério sofreu uma grave contusão e passará
cerca de seis meses afastado dos gramados. Siloé não é um atacante confiável, a
comparação com Kuki tanto pelo seu físico como pela sua movimentação em campo
podem até valer, no entanto, o atual baixinho dos Aflitos não possui a técnica
do seu antecessor e nunca teve a responsabilidade de comandar o ataque de um
time na Série A do brasileiro. Rodrigo Tiuí é um bom nome, todavia, precisará
de tempo para se adaptar a Pernambuco e a maneira de jogar da equipe; um bom
reforço, mas que ainda não está à altura dos que saíram.
Com o que tem em mãos, Waldemar
Lemos não pode fazer muito e a torcida já vem demonstrando sinais de
impaciência. Não dá para culpar o treinador se ele não tem as peças para “fazer
acontecer”, é esperar que a diretoria consiga trazer jogadores não apenas para
compor bem o elenco, mas que cheguem para resolver, como foram Acosta, Kieza,
Felipe e muitos outros; não é admissível um time como o Náutico chegar à
primeira divisão com o único objetivo de lutar para não cair novamente.
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