sexta-feira, 9 de março de 2012

Alerta vermelho (e branco)


Apesar da aparente boa campanha na primeira fase do campeonato pernambucano o Náutico mostra claras evidências que a distância entre a equipe atual e uma satisfatória está muito longe e não há, em um curto prazo, maneira razoável de se resolver esse problema. O time ainda é muito fraco, mesmo se comparado com o de 2011, cujo esqueleto serviu de base para o atual, peças importantes saíram e não houve uma reposição a altura e alguns remanescentes considerados importantes estão rendendo muito abaixo do aceitável.

A defesa tem a sorte de contar com o ótimo Gideão, pois os quatro atletas que deveriam garantir a solidez do sistema defensivo parecem, em muitos momentos, perdidos em campo e a impressão, às vezes, é a de quando houve algum treino dado o “bate cabeça” dos defensores. Desde a contusão do competente Ronaldo Alves, Marlon não consegue uma atuação convincente. O jogo contra o Sport na Ilha do Retiro é um bom exemplo da “peneira” que a defesa alvirrubra se torna, quando levou 3 gols em cerca de 20 minutos.

Os laterais Marquinho e Jefferson estão em um bom nível para o campeonato estadual, quando o Timbu enfrenta os intermediários, e para servir de peça de reposição para a Série B, mas não para a disputa da primeira divisão; melhor seria utilizar Philip, o qual já demonstrou uma boa capacidade tática e técnica.

O meio de campo é o setor mais forte do time: o ótimo volante Souza, além de marcar bem e saber sair bem para o jogo é um exímio cobrador de faltas; uma poderosa arma da qual o time não pode abrir mão. Derley é um jogador voluntarioso e com uma disposição de dar inveja a muito treinador adversário e funciona não apenas como um terceiro volante aparecendo como homem surpresa dentro da área para marcar gols. Dentro da configuração da meia cancha, Lenon é aquele atleta que não compromete, mas também não desequilibra, em minha opinião, uma ótima peça de reposição, mas não um titular.

Muito da esperança do alvirrubro de Rosa e Silva recai sobre Eduardo Ramos, o maior nome do elenco depois da saída de Kieza, o meia tem um rendimento mediano, muito aquém do atleta que disputou a Série B pelo mesmo Náutico. Disperso, parece desmotivado e desinteressado e em algum lance raro mostra a sua verdadeira habilidade como no jogo contra o América em Paulista quando acertou um lançamento de 30 metros para Siloé. Fazendo uma má comparação, Eduardo me lembra o Ronaldinho: todos já o viram jogar muito, sabem que ele pode render mais, ele também o sabe, mas suas prioridades parecem outras quando está dentro das quatro linhas.

O ataque foi o setor que mais perdeu em 2012; não só o artilheiro e ídolo Kieza se foi para jogar no futebol internacional, como seu companheiro Rogério sofreu uma grave contusão e passará cerca de seis meses afastado dos gramados. Siloé não é um atacante confiável, a comparação com Kuki tanto pelo seu físico como pela sua movimentação em campo podem até valer, no entanto, o atual baixinho dos Aflitos não possui a técnica do seu antecessor e nunca teve a responsabilidade de comandar o ataque de um time na Série A do brasileiro. Rodrigo Tiuí é um bom nome, todavia, precisará de tempo para se adaptar a Pernambuco e a maneira de jogar da equipe; um bom reforço, mas que ainda não está à altura dos que saíram.

Com o que tem em mãos, Waldemar Lemos não pode fazer muito e a torcida já vem demonstrando sinais de impaciência. Não dá para culpar o treinador se ele não tem as peças para “fazer acontecer”, é esperar que a diretoria consiga trazer jogadores não apenas para compor bem o elenco, mas que cheguem para resolver, como foram Acosta, Kieza, Felipe e muitos outros; não é admissível um time como o Náutico chegar à primeira divisão com o único objetivo de lutar para não cair novamente.

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