terça-feira, 20 de março de 2012

Cada um tem a Ferrari que merece


Em tempos de futebol midiático, jogadores que mais são super astros e, a partir dos quatorze anos o tempo que falta para o fim da carreira já começa a ser contado, os empresários estão sempre buscando um lugar ao sol para os seus clientes.

Indignado com as broncas públicas e um futebol sem a qualidade esperada, o empresário do meia Lucas do São Paulo disse que o camisa sete do São Paulo era uma Ferrari, mas o motorista, Emerson Leão, não sabia como dirigi-la.

Em primeiro lugar, se há jogador no mundo que possa ser comparado a o cavalino rapante de Maranello esse é Lionel Messi. A não ser que Wagner Ribeiro esteja se referindo à equipe de Fórmula 1, que anda brigando pelas posições intermediárias do grid de largada. Neste caso, o Senhor Empresário estaria fazendo um verdadeiro desserviço com seu cliente.

Por mais que se torça pela equipe italiana ela parece caminhar a passos largos para se tornar uma equipe média, apesar de sua enorme tradição no automobilismo. O Lucas está mais para uma Mercedes, cuja aparição meteórica com o nome de Brawn GP, elevou o time de Ros Brawn ao título de 2009 e foi seguido de uma queda até se estabilizar e voltar a crescer.

A repercussão das discussões com Leão provavelmente não teriam tanto espaço nos holofotes se o treinador fosse o Muricy ou o Abel, mas o comandante do tricolor paulista tem um passado que o condena por diversos desentendimentos com jogadores e jornalistas; Ele barrou Carlos Tevez no Corinthians simplesmente porque no time dele argentino não joga.

O jeito grosseiro do “professor”, seu apego as suas convicções de forma absoluta e a falta de resultados não só com os times que comandou, mas também com jovens talentos nos últimos três ou quatro anos não o credenciavam de imediato a uma vaga no tricolor paulista cujo elenco contém um grande número de atletas que se estão no começo de uma carreira profissional.

Após o clássico com o Santos no último domingo analistas e comentaristas perceberam em Lucas um jogador mais consciente que não prendia tanto a bola e serviu bem os companheiros. A bronca do técnico parece estar surtindo efeito; essa história de mimar atleta profissional tem que acabar.

É preciso saber como lidar com os diamantes brutos e transformá-los em pedras preciosas e um puxão de orelha pode valer muito mais que um afago. Se alguém tivesse feito isso com o Adriano e com o Diego anos atrás quem sabe o destino deles não fosse diferente.

Eu tenho certeza que o projeto de Ferrari que o São Paulo tem no seu box está mais perto de chegar a um nível ótimo se comparado ao modelo oficial que foi à pista de Melbourne para a primeira etapa do campeonato da categoria em 2012. O piloto é bom só precisa de mais alguns ajustes aerodinâmicos.

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