segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Freguesia Alvirrubra


“Clássico é clássico e vice-versa”. Esse divertido jargão boleiro resume bem o que é essa partida peculiar. Duas equipes, normalmente equivalentes, senão tecnicamente, mas sempre historicamente, desenvolvem, no decorrer dos anos, uma rivalidade que ultrapassa, e muito, as barreiras triviais de disputa dentro das quatro linhas. O futebol está longe de ser um esporte justo e um clássico é disputado por times muito semelhantes e, muitas vezes, a superioridade demonstrada por um dos lados, seja no volume de jogo, na técnica ou na vontade, termina derrotada devido a um lance isolado de bola parada ou jogada individual.

O duelo centenário entre Sport e Náutico, chamado de “clássico dos clássicos”, ganhou, na última década,
uma força e dimensão antes inimaginável, não só pelo crescimento técnico e financeiro dos dois clubes como pela queda vertiginosa do terceiro componente do trio de ferro da capital pernambucana: o Santa Cruz. As duas agremiações passaram disputar vitórias tanto dentro quanto fora dos gramados: rasteiras nas negociações, declarações e acusações polêmicas de ambos os lados e torcidas que, muitas vezes, trocam a rivalidade pelo puro ódio ao oponente apimentaram a relação e tornaram as batalhas cada vez mais comemoradas pelo lado vencedor.

“Clássico é clássico e vice-versa”. Esse divertido jargão boleiro resume bem o que é essa partida peculiar. Duas equipes, normalmente equivalentes, senão tecnicamente, mas sempre historicamente, desenvolvem, no decorrer dos anos, uma rivalidade que ultrapassa, e muito, as barreiras triviais de disputa dentro das quatro linhas. O futebol está longe de ser um esporte justo e um clássico é disputado por times muito semelhantes e, muitas vezes, a superioridade demonstrada por um dos lados, seja no volume de jogo, na técnica ou na vontade, termina derrotada devido a um lance isolado de bola parada ou jogada individual.O primeiro “clássico dos clássicos” de 2012 foi disputado na Ilha do Retiro, no último domingo. Em campo, não só as duas principais equipes do Estado na atualidade, apesar do tricolor do Arruda ser o atual campeão, mas um embate que poderia selar uma marca histórica para o Sport: 17 partidas sem perder para o rival jogando em seus domínios, batendo o recorde anterior que pertencia ao time de Rosa e Silva. Para o Náutico, valia a chance de aumentar a vantagem sobre o Leão e manter seu recorde histórico. O time alvirrubro ainda estava engasgado com a subida do Sport para a série A na última rodada da segundona, que culminou em por uma dose extra de água na festa da equipe de Rosa e Silva, que já tinha confeccionado camisas com a frase: “Pra série A, sou eu quem vou”.


Mais de 25.000 pessoas viram um início avassalador da equipe da casa que construiu uma vantagem de 3x0 em pouco mais de 13 minutos, deixando o Timbu completamente atordoado. Nem o mais fanático e otimista torcedor rubro negro poderia imaginar uma equipe tão eficiente, pois o Sport vinha de um início de campeonato vacilante, empatando com o Araripina, no Chapadão do Araripe e com o América - de Larissa Riquelme – em plena Ilha do Retiro. Por outro lado, o time alvirrubro tinha a melhor campanha com quatro vitórias em quatro jogos e a defesa, perdida no começo do embate, ainda não tinha sido vazada uma vez sequer.

Não obstante essa atitude diferente durante boa parte do jogo, a verdade é que clássico “só termina quando o juiz apita” e o Náutico fez valer o peso de sua camisa e diminuiu com um golaço de Souza cobrando falta ainda na primeira etapa. Mas, veio o segundo tempo e a cereja do bolo do Leão foi colocada pelo zagueiro Tóbi, quando marcou um gol espetacular de voleio, aumentando novamente a vantagem para três gols. A equipe da casa passou a administrar a partida e os visitantes partiram para cima e ainda fizeram mais dois gols que, se não foram suficientes para evitar a derrota, mostraram que o Timbu pode até estar ferido, mas não deixa de lutar um minuto sequer.
Tóbi comemora o gol que deu a vitória ao Sport
Um clássico com sete gols é sempre inesquecível, principalmente no começo da temporada, quando os clubes ainda estão buscando o aprimoramento físico e técnico. O Sport demonstrou estar bem com relação ao primeiro, mas no que diz respeito ao segundo ainda há muito trabalho a ser feito. Apesar de uma folha salarial astronômica para os padrões pernambucanos, o time não está acertado, dependendo muito de boas atuações do meia Marcelinho Paraíba, que no alto dos seus 37 anos não conseguirá manter um nível elevado em todas as partidas. A chegada de Marquinhos Paraná poderá ajudar; no entanto, é preciso o técnico Mazola reavaliar a postura do time e não tentar ser o professor pardal e colocar lateral no meio, atacante na lateral, volante na lateral. Já diz o ditado que “treinador que não atrapalha, ajuda”.         

A verdade é que, além da vitória, o Leão da Ilha manteve a freguesia do Timbu em dia jogando no Adelmar da Costa Carvalho. Mas esse freguês não teve razão nenhuma em suas reclamações contra a arbitragem da partida, que foi muito elogiada por toda a crítica especializada. O único lance de erro, que poderia mudar o placar e o rumo da partida, cometido pela turma do apito foi o do auxiliar Erich Bandeira que não deu um impedimento do atacante Siloé, que quase resulta em gol do Timbu não fosse a defesa de Magrão.

Assim como o Real Madrid contra o Barcelona, o Náutico tenta desviar a atenção pela sua incompetência em bater o rival para assuntos extra campo, como denúncias de suborno e depredação do ônibus da delegação alvirrubra, que fora causada pela sua própria torcida que derrubou as grades de proteção da Ilha do Retiro. Aliás, de mesma forma que o time da capital espanhola, o Timbu não consegue manter seu equilíbrio emocional quando vai enfrentar o Sport. Os alvirrubros podem pressionar e jogar melhor, mas um único estalo do time rubro negro é preciso para furar o gol adversário e jogar uma pressão extra, posta pelos próprios jogadores e torcedores, nos ombros dos atletas em campo. A choradeira do perdedor faz parte do circo do futebol e serve para alimentar as provocações dos adversários. A glória só dura até o próximo clássico que será na Rosa e Silva e os atletas do Náutico já avisaram que essa derrota “vai ter volta”. É esperar pra ver.

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