Clássicos
existem pelos quatro cantos do nosso redondo planeta nos mais variados
esportes, mas o duelo entre West Ham
United e Millwall, pela segunda divisão do campeonato Inglês, representa de
uma forma peculiar como uma rivalidade bairrista entre trabalhadores comuns se
transformou em uma das mais célebres rivalidades entre dois clubes de futebol.
O duelo ganhou uma notoriedade tamanha no decorrer dos anos que foi agraciado
com o filme Holligans, estrelado por Elijah Wood, cuja história narra as
atividades da torcida organizada do West
Ham que tem como ponto alto o duelo com o maior rival pela Copa da
Inglaterra.
O curioso é que os dois times têm mais uma relevância histórica, que propriamente de glórias, tÃtulos e vitórias marcantes. O Millwall, por exemplo, passou toda a sua história entre a segunda e a terceira divisão dos torneios na terra da rainha e os troféus são raros para este clube centenário. O West Ham tem um desempenho um pouco mais honorável, não obstante quando joga a Premier League, a primeira divisão, ou briga para não cair ou fica no meio da tabela. A notoriedade obtida por este clássico veio mais pelo comportamento violento das duas torcidas que pelo futebol apresentado pelos times. Os embates entre os lunáticos torcedores, se é que podemos chamá-los assim, não raro deixam vários feridos e alguns mortos. O caso é tão sério que o primeiro jogo válido pela temporada 2011/2012 não foi transmitido pela TV pelo medo da truculência dos “donos” das arquibancadas. Um confronto em 2009 teve invasão de campo pelos holligans dos Hammers para provocar e agredir, dentro do estádio, os torcedores visitantes.
O curioso é que os dois times têm mais uma relevância histórica, que propriamente de glórias, tÃtulos e vitórias marcantes. O Millwall, por exemplo, passou toda a sua história entre a segunda e a terceira divisão dos torneios na terra da rainha e os troféus são raros para este clube centenário. O West Ham tem um desempenho um pouco mais honorável, não obstante quando joga a Premier League, a primeira divisão, ou briga para não cair ou fica no meio da tabela. A notoriedade obtida por este clássico veio mais pelo comportamento violento das duas torcidas que pelo futebol apresentado pelos times. Os embates entre os lunáticos torcedores, se é que podemos chamá-los assim, não raro deixam vários feridos e alguns mortos. O caso é tão sério que o primeiro jogo válido pela temporada 2011/2012 não foi transmitido pela TV pelo medo da truculência dos “donos” das arquibancadas. Um confronto em 2009 teve invasão de campo pelos holligans dos Hammers para provocar e agredir, dentro do estádio, os torcedores visitantes.
Apesar de
toda essa notoriedade eu nunca tinha assistido a esse clássico. No último dia
04 de fevereiro eu sentei no sofá para ver o jogo e logo me chamou a atenção a
segurança destinada para a partida. Acostumado a ver, no Brasil, as torcidas
separadas por um cordão da polÃcia, fiquei surpreso ao ver uma parte
considerável da área destinada aos fãs do Millwall, para que eles ficassem
aglutinados em um setor fácil de ser controlado pela segurança. O knowhall da
polÃcia inglesa em conter os violentos torcedores faz com que os principais
pontos de acesso e trânsito dos que vão ao estádio sejam bem monitorados e a
repressão é na mesma moeda. O problema está nos alleys, os becos tortuosos da
periferia londrina, onde nem sempre a polÃcia chega, e as áreas pouco povoadas,
preferidas para os encontros entre os brigões.
Um fato
que me chamou a atenção depois de algum tempo foi perceber que o estádio estava
com a lotação máxima permitida para o confronto, e que o jogo era mais parecido
com o futebol real, e não com uma quase perfeita “simulação” de Playstation que passa sempre na ESPN ao
assistir o Chelsea, Manchester United e City, o Arsenal, etc. O clássico era
paixão, jogada feia, muitos jogadores do Reino Unido, como há muito não vejo na
Premier League. Esse é o tÃpico
espetáculo que o apaixonado pelo futebol gosta de ver, porque os supertimes são
bons para admirar, e assistir para deleite dos olhos, mas a realidade da grande
massa não é ter Messi, Cristiano Ronaldo ou Rooney e sim os “craques da galera”,
o melhor jogador do seu time no último jogo.
Kevin Nolan foi expulso logo no começo do jogo |
A partida em si não tem nada de mais. É um clássico como outro qualquer, aliás um clássico não é “um outro qualquer”, mas, em termos de rivalidade dentro das quatro linhas, não é muito diferente de um Real Madrid x Barcelona, Grêmio x Internacional, Milan x Inter de Milão, salvo pela elegância e charme que envolvem esses duelos de gigantes. O modesto Uptown Park foi o palco do espetáculo e como em qualquer confronto deste tipo a arbritagem foi severa e a primeira jogada mais dura foi punida diretamente com um cartão vermelho para um jogador do time da casa e, a partir daÃ, os remanescentes jogaram de maneira mais firme, sem, todavia, partir para jogadas mais agressivas. A vitória do West Ham foi o toque final de um espetáculo, que, se não foi tecnicamente maravilhoso, valeu pela experiência e só me resta, um dia, assistir in loco para fazer um novo relato.
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