O mundo ama odiar os Estados
Unidos da América, isso é fato. Seja pelo seu posicionamento frente a questões
da economia global ou por “meter o nariz” onde não foi chamado, em nome da
“democracia, a verdade é que a terra do Tio Sam gera um mix de sentimentos nos habitantes do globo. Mas, é preciso tirar o
chapéu para eles quando o assunto é administração esportiva e organização de
festas. Não há povo no mundo que consiga tamanha repercussão de seus eventos
como o norte americano e o Super Bowl, a grande final do futebol americano, é o
melhor exemplo disso.
A edição 46 desse mega evento
aconteceu em Indianápolis, na mesma cidade que recebe a lendária prova
automobilística das 500 milhas, para mais de 70.000 presentes no Lucas Oil Stadium e milhões ao redor do mundo
divididos cerca de 190 países. O mais incrível de tudo é o fato de o futebol
americano ser um esporte de massa nos Estados Unidos, e só. Ao contrário de seu
irmão mais antigo, o rugby, o football não é tradicional e nem tem uma
capacidade de agregação além das fronteiras dos EUA, não obstante o Super Bowl
é o segundo evento esportivo em termos de audiência no mundo inteiro, só
perdendo para a final da Copa do Mundo FIFA de futebol. Este ano, só na
América, mais de 118 milhões de espectadores assistiram ao jogo.
Eu, particularmente, acompanho o
futebol da bola oval há, mais ou menos, uns 4, 5 anos e devo confessar que, à
medida que vejo os jogos, entendo as regras, as armações táticas, vou me
deixando apaixonar por este esporte bruto, mas que valoriza a inteligência de
uma estratégia bem armada. É um jogo cerebral como o xadrez; os peões da defesa
protegem o quarterback para que ele
possa distribuir a jogada para seus bispos, torres e, por que não, cavalos dado
o tamanho descomunal de alguns atletas. Surpreende-me como muitos jogadores
apanham o jogo inteiro e ainda assim conseguem jogar uma temporada inteira e
isso me faz entender porque essa turma recebe salários tão altos. Queria ver os
jogadores "cai cai", que disputam o campeonato brasileiro enfrentando
a defesa dos Cardinals ou dos Saints para ver no que ia dar.
Tudo é planejado meticulosamente
para o Super Bowl, a começar pela entrada das equipes, sempre com muita
teatralidade, para dar mais beleza ao espetáculo. Confesso que o New England Patriots, ao entrar no campo
de jogo ao som de Ozzy Osbourne, ganhou minha torcida. Todavia, a maior parte
da torcida presente no estádio apoiava o New
York Giants. Não obstante, a noite é só football;
tradicional show do intervalo é, literalmente, um show. Este ano ninguém menos
que Madonna armou o palco no meio do campo e fez uma apresentação impecável
para entreter os fãs, que curtiam o jogo. Seria como colocar Ivete Sangalo para
cantar no intervalo da final do Campeonato Baiano. O protocolo tradicional, que
prevê 15 minutos de descanso, é estendido para meia hora e os espectadores não
só não se importam como gostam de ver artistas consagrados neste palco cuja
armação já recebeu Aerosmith e Sting entre outros.
O duelo entre o patriota Tom Brady e o gigante
Eli Manning prometia ser uma revanche para o primeiro, que perdera para o
segundo a final em 2008. E o duelo foi sensacional do começo ao fim do embate
com os dois astros liderando seus companheiros a jogadas, se não espetaculares,
sempre inteligentes. Com uma campanha fracassada nos minutos finais os Patriots, donos de uma vantagem de três
pontos, permitiram uma série de avanços dos nova iorquinos, que viraram o
placar, tendo Manning participação fundamental com um lançamento de 38 jardas
para Mario Mannigham. O resultado corrobora a freguesia do time de Boston
frente ao da Big Apple, transforma o
quarterback campeão em um dos maiores da história deste esporte e consagra o
futebol americano como o esporte de um só país mais global do mundo.
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