sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Gigantes do futebol


O mundo ama odiar os Estados Unidos da América, isso é fato. Seja pelo seu posicionamento frente a questões da economia global ou por “meter o nariz” onde não foi chamado, em nome da “democracia, a verdade é que a terra do Tio Sam gera um mix de sentimentos nos habitantes do globo. Mas, é preciso tirar o chapéu para eles quando o assunto é administração esportiva e organização de festas. Não há povo no mundo que consiga tamanha repercussão de seus eventos como o norte americano e o Super Bowl, a grande final do futebol americano, é o melhor exemplo disso.

 A edição 46 desse mega evento aconteceu em Indianápolis, na mesma cidade que recebe a lendária prova automobilística das 500 milhas, para mais de 70.000 presentes no Lucas Oil Stadium e milhões ao redor do mundo divididos cerca de 190 países. O mais incrível de tudo é o fato de o futebol americano ser um esporte de massa nos Estados Unidos, e só. Ao contrário de seu irmão mais antigo, o rugby, o football não é tradicional e nem tem uma capacidade de agregação além das fronteiras dos EUA, não obstante o Super Bowl é o segundo evento esportivo em termos de audiência no mundo inteiro, só perdendo para a final da Copa do Mundo FIFA de futebol. Este ano, só na América, mais de 118 milhões de espectadores assistiram ao jogo.

Eu, particularmente, acompanho o futebol da bola oval há, mais ou menos, uns 4, 5 anos e devo confessar que, à medida que vejo os jogos, entendo as regras, as armações táticas, vou me deixando apaixonar por este esporte bruto, mas que valoriza a inteligência de uma estratégia bem armada. É um jogo cerebral como o xadrez; os peões da defesa protegem o quarterback para que ele possa distribuir a jogada para seus bispos, torres e, por que não, cavalos dado o tamanho descomunal de alguns atletas. Surpreende-me como muitos jogadores apanham o jogo inteiro e ainda assim conseguem jogar uma temporada inteira e isso me faz entender porque essa turma recebe salários tão altos. Queria ver os jogadores "cai cai", que disputam o campeonato brasileiro enfrentando a defesa dos Cardinals ou dos Saints para ver no que ia dar.

Tudo é planejado meticulosamente para o Super Bowl, a começar pela entrada das equipes, sempre com muita teatralidade, para dar mais beleza ao espetáculo. Confesso que o New England Patriots, ao entrar no campo de jogo ao som de Ozzy Osbourne, ganhou minha torcida. Todavia, a maior parte da torcida presente no estádio apoiava o New York Giants. Não obstante, a noite é só football; tradicional show do intervalo é, literalmente, um show. Este ano ninguém menos que Madonna armou o palco no meio do campo e fez uma apresentação impecável para entreter os fãs, que curtiam o jogo. Seria como colocar Ivete Sangalo para cantar no intervalo da final do Campeonato Baiano. O protocolo tradicional, que prevê 15 minutos de descanso, é estendido para meia hora e os espectadores não só não se importam como gostam de ver artistas consagrados neste palco cuja armação já recebeu Aerosmith e Sting entre outros.

O duelo entre o patriota Tom Brady e o gigante Eli Manning prometia ser uma revanche para o primeiro, que perdera para o segundo a final em 2008. E o duelo foi sensacional do começo ao fim do embate com os dois astros liderando seus companheiros a jogadas, se não espetaculares, sempre inteligentes. Com uma campanha fracassada nos minutos finais os Patriots, donos de uma vantagem de três pontos, permitiram uma série de avanços dos nova iorquinos, que viraram o placar, tendo Manning participação fundamental com um lançamento de 38 jardas para Mario Mannigham. O resultado corrobora a freguesia do time de Boston frente ao da Big Apple, transforma o quarterback campeão em um dos maiores da história deste esporte e consagra o futebol americano como o esporte de um só país mais global do mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário